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Livraria As pedras têm entranhas? antologia de poemas palestinianos
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As pedras têm entranhas? antologia de poemas palestinianos

€ 11,00
Sold Out

escolhidos e vertidos para o português por Regina Guimarães

Morte por enterramento
HANAN ASHRAWI

Este local não é

Próprio para plantar.

Aqui a terra é

Dura, seca, irritante -

Agulhas de folhas mortas

Arranham.

Fecho os olhos, o pó

Sufoca-me a garganta,

Nunca pensei que a terra

Pudesse ser tão pesada,

Talvez se eu

Levantar um braço

Alguém venha atravessar

Um dia a minha sepultura e,

Como nas noites dos filmes de terror,

Veja uma mão sem vida, uma palma aberta.

Dedos meio enrolados...

E grite.

Eu não morri nesse dia -

Outra coisa sucedeu

E ainda permanece

Na sepultura pútrida

Fermentando o conhecimento das trevas.

HANAN ASHRAWI - Nasceu em Nablus em 1946, filha de uma família cristã, o pai, um médico ortodoxo, e um dos fundadores da OLP, e a mãe, uma feminista anglicana. Licenciou-se em Literatura na Universidade Americana de Beirute, mas depois da Guerra dos Seis Dias foi impedida de regressar à Cisjordânia. Partiu então para os Estados Unidos onde se doutorou em Literatura Medieval e Comparada pela Universidade de Virgínia. Só pôde regressar à sua terra em 1973. Estabeleceu o Departamento de Inglês na Universidade de Birzeit na Cisjordânia que dirigiu de 1973 a 1978 e de 1981 a 1984. De 1986 a 1990 foi directora da Faculdade de Letras da Universidade. De 1991 a 1993 foi porta-voz oficial da Delegação Palestiniana para o Processo de Paz no Médio Oriente e de 1993 a 1995 foi responsável pelo Comité Preparatório da Comissão Independente Palestiniana para os Direitos dos Cidadãos de Jerusalém. Em 1996 foi eleita para o Conselho Legislativo Palestiniano. Ainda em 1996 foi nomeada ministra do Ensino Superior e da Investigação, lugar de que resignou em 1998 por discordâncias com Yasser Arafat. Em 1998 fundou MIFTAH-Iniciativa Palestiniana para a Promoção da Diálogo Global e a Democracia. É autora de diversas obras sobre literatura e, pelas suas actividades em prol da democracia e dos direitos humanos, recebeu numerosos prémios. Em Fevereiro de 1988 soldados israelitas enterraram vivos quatro jovens - Isam Shafiq Ishtayyeh, Abdel-Latif Mahmud Ishtayyeh, Muhsin Hamdan e Mustafa Abdel-Majid Hamdan - da aldeia de Salim, perto de Nablus. Depois dos soldados partirem, os aldeões escavaram as sepulturas e conseguiram resgatá-los com vida.

272 págs.
Contracapa, 2022

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Morte por enterramento
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Aqui a terra é

Dura, seca, irritante -

Agulhas de folhas mortas

Arranham.

Fecho os olhos, o pó

Sufoca-me a garganta,

Nunca pensei que a terra

Pudesse ser tão pesada,

Talvez se eu

Levantar um braço

Alguém venha atravessar

Um dia a minha sepultura e,

Como nas noites dos filmes de terror,

Veja uma mão sem vida, uma palma aberta.

Dedos meio enrolados...

E grite.

Eu não morri nesse dia -

Outra coisa sucedeu

E ainda permanece

Na sepultura pútrida

Fermentando o conhecimento das trevas.

HANAN ASHRAWI - Nasceu em Nablus em 1946, filha de uma família cristã, o pai, um médico ortodoxo, e um dos fundadores da OLP, e a mãe, uma feminista anglicana. Licenciou-se em Literatura na Universidade Americana de Beirute, mas depois da Guerra dos Seis Dias foi impedida de regressar à Cisjordânia. Partiu então para os Estados Unidos onde se doutorou em Literatura Medieval e Comparada pela Universidade de Virgínia. Só pôde regressar à sua terra em 1973. Estabeleceu o Departamento de Inglês na Universidade de Birzeit na Cisjordânia que dirigiu de 1973 a 1978 e de 1981 a 1984. De 1986 a 1990 foi directora da Faculdade de Letras da Universidade. De 1991 a 1993 foi porta-voz oficial da Delegação Palestiniana para o Processo de Paz no Médio Oriente e de 1993 a 1995 foi responsável pelo Comité Preparatório da Comissão Independente Palestiniana para os Direitos dos Cidadãos de Jerusalém. Em 1996 foi eleita para o Conselho Legislativo Palestiniano. Ainda em 1996 foi nomeada ministra do Ensino Superior e da Investigação, lugar de que resignou em 1998 por discordâncias com Yasser Arafat. Em 1998 fundou MIFTAH-Iniciativa Palestiniana para a Promoção da Diálogo Global e a Democracia. É autora de diversas obras sobre literatura e, pelas suas actividades em prol da democracia e dos direitos humanos, recebeu numerosos prémios. Em Fevereiro de 1988 soldados israelitas enterraram vivos quatro jovens - Isam Shafiq Ishtayyeh, Abdel-Latif Mahmud Ishtayyeh, Muhsin Hamdan e Mustafa Abdel-Majid Hamdan - da aldeia de Salim, perto de Nablus. Depois dos soldados partirem, os aldeões escavaram as sepulturas e conseguiram resgatá-los com vida.

272 págs.
Contracapa, 2022

escolhidos e vertidos para o português por Regina Guimarães

Morte por enterramento
HANAN ASHRAWI

Este local não é

Próprio para plantar.

Aqui a terra é

Dura, seca, irritante -

Agulhas de folhas mortas

Arranham.

Fecho os olhos, o pó

Sufoca-me a garganta,

Nunca pensei que a terra

Pudesse ser tão pesada,

Talvez se eu

Levantar um braço

Alguém venha atravessar

Um dia a minha sepultura e,

Como nas noites dos filmes de terror,

Veja uma mão sem vida, uma palma aberta.

Dedos meio enrolados...

E grite.

Eu não morri nesse dia -

Outra coisa sucedeu

E ainda permanece

Na sepultura pútrida

Fermentando o conhecimento das trevas.

HANAN ASHRAWI - Nasceu em Nablus em 1946, filha de uma família cristã, o pai, um médico ortodoxo, e um dos fundadores da OLP, e a mãe, uma feminista anglicana. Licenciou-se em Literatura na Universidade Americana de Beirute, mas depois da Guerra dos Seis Dias foi impedida de regressar à Cisjordânia. Partiu então para os Estados Unidos onde se doutorou em Literatura Medieval e Comparada pela Universidade de Virgínia. Só pôde regressar à sua terra em 1973. Estabeleceu o Departamento de Inglês na Universidade de Birzeit na Cisjordânia que dirigiu de 1973 a 1978 e de 1981 a 1984. De 1986 a 1990 foi directora da Faculdade de Letras da Universidade. De 1991 a 1993 foi porta-voz oficial da Delegação Palestiniana para o Processo de Paz no Médio Oriente e de 1993 a 1995 foi responsável pelo Comité Preparatório da Comissão Independente Palestiniana para os Direitos dos Cidadãos de Jerusalém. Em 1996 foi eleita para o Conselho Legislativo Palestiniano. Ainda em 1996 foi nomeada ministra do Ensino Superior e da Investigação, lugar de que resignou em 1998 por discordâncias com Yasser Arafat. Em 1998 fundou MIFTAH-Iniciativa Palestiniana para a Promoção da Diálogo Global e a Democracia. É autora de diversas obras sobre literatura e, pelas suas actividades em prol da democracia e dos direitos humanos, recebeu numerosos prémios. Em Fevereiro de 1988 soldados israelitas enterraram vivos quatro jovens - Isam Shafiq Ishtayyeh, Abdel-Latif Mahmud Ishtayyeh, Muhsin Hamdan e Mustafa Abdel-Majid Hamdan - da aldeia de Salim, perto de Nablus. Depois dos soldados partirem, os aldeões escavaram as sepulturas e conseguiram resgatá-los com vida.

272 págs.
Contracapa, 2022

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